Rotterdam: Um dia de muito trabalho!

Por Rodrigo Pontes de Mello

Quando estavamos em Garanhuns (com o Grupo Vamos 2), lembro-me bem disso, uma coisa ficou muito clara: o grupo "VIVA!" vai a Holanda nao para passar ferias, ou para um simples intercambio para passeio. O grupo "VIVA!" vai a Holanda para desenvolver atividades que possam construir novas possibilidades de compreensao para tambem possiveis mundos (mundos melhores). Isso significa dizer que estamos desenvolvendo um tipo de trabalho muito valorisado por aqui: o trabalho intelectual! A capacidade que os seres humanos tem de mudar suas mentes a partir da compreencao de outras formas de ser-no-mundo (isso e bem existencialista). E quando enfrentamos um frio de -5 graus de temperatura, indo de bicicleta a Estacao de Delft (no sentido de pegarmos um trem para Rotterdam), nao imaginavamos que iriamos aprender tanto. Estava muito frio... Quase nao tinha sol... E Rotterdam era apenas uma cidade do nosso imaginario. Mas, as vivencias que tivemos foram surpreendentes.

Nossa primeira parada foi no "JOLO". Um espaco (nao uma instituicao) criado por pessoas que atuam nas relacoes humanas a partir de processos de mediacao de jovens em conflito com suas relacoes de sociabilidade. Um trabalho que envolve associacoes das mais diversas, e que tem por objetivo maior discutir problemas que surgem nas relacoes sociais envolvendo jovens, reservando a eles/elas o direito e a possibilidade de resolver seus proprios problemas; sem a interferencia e decisao de qualquer outra pessoa que esteja fora dos sentimentos que envolve o problema. Foi a primeira vez (confesso), que vi sendo utilizada teorias da "Analise Institucional" (a partir de processos de mediacao), por pessoas nao tradicionalmente institucionalizadas (pedagogos, professores, psicologos, assistentes sociais...). Um trabalho que valoriza, acima de tudo, a condicao humana e sua capacidade de resolver seus proprios problemas, a partir de uma coisa simples: "linguagem". Pois, TUDO, e resolvido atraves de processos dialogados dialogicamente. Importantissimo!!!

Depois seguimos para a Curia Diocesana da cidade de Rotterdam, e fomos recebidos pelo Vigario Geral e o Chanceler da Diocese. Tivemos um "almoco holandes"; a mesma coisa do cafe da manha... hahahahahahahahaha... (eu particularmente adoro esses almocos), e trocamos muitas ideias sobre a igreja e o cristianismo tanto no Brasil quanto na Holanda. E uma coisa que tivemos a possibilidade de aprender foi que o cristianismo jamais pode ser vivenciado na individualidade. Isso foi muito importante. Em seguida visitamos uma pequena capela no interior da Curia, onde vimos - entre algumas coisas - uma gravura de uma passagem do evangelho: "O Caminho de Emaus". Nos despedimos do Chanceler, tiramos fotos, e fomos conhecer um dos portos mais importantes para a economia do mundo: o Porto de Rotterdam! Nossa! Quanta coisa vimos! Navios... Estaleiros... Pontes... Construcoes novas, outras (poucas) antigas... Grandes edificios... Moinhos... Embarcacoes com capacidades gigantescas... Tudo sendo muito fotografado.

Em seguinda um momento MUITO IMPORTANTE: ver um monumento erguido ao lado do Museu Maritimo (que visitamos), e que esta posto para que todas as pessoas que vivem em Rotterdam lembrem do que a cidade passou durante os ataques na Segunda Grande Gerra. Essas lembrencas ainda sao muito fortes. Obvio! Mas uma coisa e certa: a capacidade de soerguimento desse povo e fantastica! Tudo foi absolutamente reconstruido, e acreditamos que holandeses e holandesas tem muito orgulho disso. Depois visitamos o Museu Maritimo, onde vivenciamos um passeio no interior de um navio antigo atracado fora do museu (claro... hahahahahahaha...), e foi uma visita muito prazerosa, que terminou as 5h em ponto, dentro do Museu. Agora a parte de requeacao, e que aprendemos muito, tambem: a visita a comunidade caboverdiana, numa paroquia de Rotterdam. Tivemos comida caboverdiana... Dancamos ritmos do Cabo Verde... E conhecemos um pouco como os caboverdianos vivem em Rotterdam.

Vou resumir por que acho que escrevi demais... :) Voltamos para a Estacao de Delft, pegamos nossas bicicletas e voltamos para casa com as familias que tao bem nos acolhe. Poderia escrever muito mais sobre esse dia de muito trabalho... Um dia muito cheio... Mas agora vou finalizar, pois "Ik ga slapen, want ik ben moe". hahahahahahahah... Primeiro Joop me ensinou a expressao "Ik ben moe", e depois meu grande (pois ele e grande mesmo) professor Jan deu-me a primeira licao em holandes, e ensinou-me a expressao toda que escrevi agora!!!

Dank well allemal!!!